sábado, 4 de julho de 2015

O SENHOR tem nomes?

A resposta, SIM. Devemos chamá-lo pelo nome? A resposta NÃO. Vamos esclarecer os motivos.

Na Bíblia encontramos diversos títulos dados a Deus, como El, Eloá, Elohim, El Shaddai (Todo-Poderoso), Adonai, YHWH, Yahweh, Jeová, Javé, Jeová-Jiré, Jeová-Rafa, Jeová-Nissi, Jeová-Makadesh, Jeová-Shalom, Jeová-Eloim, Jeová-Tsidikenu, Jeová-Rohi, Jeová-Shammah, Jeová-Sabaoth, El Eliom (Altíssimo), El Roi, El-Olam, El-Gibor.

Também não faltam títulos para Jesus, que é identificado como Emanuel, Príncipe de Paz, Ungido, Filho de Deus, Filho do Homem, Filho de Davi, Verbo, Cordeiro de Deus, Cristo, Alfa e ômega, Leão de Judá, Senhor do Senhores, Brilhante Estrela da Manhã, Maravilhoso, Deus Forte, Pai da Eternidade etc. Com tantos nomes e títulos fica realmente complicado saber como devemos nos dirigir a Deus.

Não há em nenhum lugar do Antigo Testamento, Deus ordenando aos israelitas que deveriam dirigir-se a ele usando um dos nomes sagrados com os quais ele é identificado nas Escrituras. Ele se revelou por diferentes nomes em diferentes momentos e segundo o caráter de cada uma de suas variadas atuações para com a Criação, seu povo Israel ou as nações (gentios). A ênfase na importância do seu Nome no Antigo Testamento não estava na pronúncia, nas letras ou caracteres usados, mas na Pessoa que seus diferentes títulos representavam, aquela à qual eles deviam se dirigir e com cuja autoridade deviam adorar, orar, sacrificar, pregar, sacrificar,etc.

ELE apenas informou a Moisés quando se revelou como “Eu sou o que sou”.

ELE certamente ordenou o modo como seria chamado no futuro, quando o seu povo estivesse instalado no reino terrenal: 
"(Jr 3:19) Mas eu dizia: Como te porei entre os filhos e te darei a terra desejável, a excelente herança dos exércitos das nações? E eu disse: Pai me chamarás e de mim te não desviarás."

Jesus, quando esteve aqui, ensinou a seus discípulos que deveriam chamar a Deus de Pai, pois com sua morte, ressurreição e a descida do Espírito eles entrariam numa relação de parentesco como nunca tinham desfrutado antes.


Os judeus têm 72 nomes para Deus (acima) e os Muçulmanos têm 99 nomes para Deus (abaixo) em nenhuma das duas há a menor possibilidade de chamar a Deus de Pai.


Em suas orações Jesus nunca se dirigiu a Deus como "Altíssimo", "Eterno", "Jeová" ou "YHWH" (mesmo porque isto seria impronunciável). Apenas uma vez ele dirigiu-se a Deus como "Deus", e isto na cruz, quando foi abandonado ali e julgado em nosso lugar (Sl 22:1; Mt 27:46). Em todas as outras ocasiões ele falou com Deus chamando-o de "Aba"(papai) ou "Pai".

Como se inicia a oração que Jesus nos ensinou. PAI NOSSO...
http://minutosdosenhor.blogspot.com/2015/02/compreendendo-os-versiculos-mais.html

Mesmo assim a intimidade dos discípulos nos evangelhos estava longe da que eles teriam a partir de Atos 2, quando o Espírito Santo viesse habitar neles. Logo após sua ressurreição o Senhor revela toda a relação de intimidade que os seus teriam para com o Pai:
"(Jo 20:17) Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.".

Paulo explica o papel do Espírito Santo nesse novo tipo de relacionamento, do qual podemos desfrutar como filhos, e não meros servos ou súditos, como era o caso dos judeus até ali:
" (Rm 8:14-16) Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus."

Voltar a chamar a Deus pelos nomes sagrados é desprezar a proximidade agraciada pela obra de Cristo Jesus, é voltar às velhas práticas judaizantes e distantes com o qual o povo judeu se relaciona com Deus.
"(Gl 4:1-9) Digo, pois, que todo o tempo que o herdeiro é menino em nada difere do servo, ainda que seja senhor de tudo; mas está debaixo de tutores e curadores até ao tempo determinado pelo pai. Assim também nós, quando éramos meninos, estávamos reduzidos à servidão debaixo dos primeiros rudimentos do mundo. Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai. Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo. Mas, quando não conhecíeis a Deus, servíeis aos que por natureza não são deuses. Mas agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?" .

Paulo fala de dois tempos, um em que aqueles que estavam debaixo da Lei mosaica, apesar de terem direitos de filhos, eram ainda como servos, e outro tempo, quando na dispensação da graça de Deus atingiriam um novo status de filhos por plena adoção, sendo considerados filhos e podendo chamar a Deus de Pai.  É como se toda a sua árvore genealógica tivesse sido substituída e o juiz às vezes anota no processo que ninguém poderá revelar ou trazer à tona o antigo nome e origem da criança que está sendo adotada. Sei disto porque tenho um filho que adotamos desta forma. Paulo escreve sobre esta adoção aos Efésios, revelando que não era algo decidido de última hora, mas fazia parte de um plano concebido antes da criação do mundo: 
" (Ef 1:5) E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.".
"(Ef 2:13-19)Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto... Porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito. Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus.".

Veja que há diferença entre como devemos nos dirigir à Deus e como devemos falar de Deus. É óbvio que Deus é "Eterno", "Todo poderoso", "Altíssimo" etc., mas todos estes são títulos que fazem sentido em determinadas situações e passagens das Escrituras, mas que em situações atuais podem ser até impróprios de serem usados por um cristão. Por exemplo, quando em Atos a jovem possessa seguia a Paulo e Silas chamando-os de "servos do Deus Altíssimo" (At 16:17) aquilo poderia parecer muito apropriado para quem não tivesse discernimento, mas o uso da expressão só indicava que a jovem não conhecia a Deus, e nem poderia, pois quem pronunciava aquilo era um demônio. Este jamais iria dizer que eles eram "filhos do Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo", mas podiam muito bem chamar a Deus de "Deus altíssimo" como este era identificado no Antigo Testamento e de quem os demônios também diziam que Jesus era filho nos evangelhos. 
"(1 Co 8:5-6) Porque, ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na terra, todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele.".

Quer dizer que não posso orar dizendo "Jesus, preciso disso e daquilo" ou agradecer dizendo "Obrigado, Jesus, por isso e aquilo"? A menos que você seja um demônio ou não tenha qualquer relação de familiaridade com ele, é melhor orar do modo como somos ensinados na Palavra de Deus chamando-o de "Senhor" ou, quando falarmos com Deus, chamando-o de "Pai". Surpreso por eu mencionar demônios? Então perceba que é assim que eles se dirigiam a Jesus na Bíblia, chamando-o pelo nome "Jesus", e é assim também que fazem as pessoas que não demonstram ter qualquer relação de familiaridade com ele ou talvez ainda não o confessaram como "Senhor" (Rm 10:9).

Em Mateus 8:29, Marcos 1:23-24, Lucas 4:34, Marcos 5:7, Lucas 8:28 você encontra passagens nas quais os demônios se dirigem a Jesus, não por "Senhor", mas por seu nome "Jesus". Você poderá alegar que os leprosos de Lucas 17:13 e o cego de Marcos 10:47 se dirigiram a ele chamando-o por "Jesus", mas isso foi antes de conhecer quem ele realmente era e serem curados por ele. Todos os discípulos o chamavam de "Senhor" quando se dirigiam a ele, e a Deus de "Pai".

Se você não for um demônio e se Jesus não for para você um desconhecido, é melhor chamá-lo de "Senhor" quando falar com ele, ou na oração a Deus chamar a este de "Pai" ou "Pai de nosso Senhor Jesus Cristo", como o próprio Jesus nos ensinou.  Não queira se fazer diferente dos simples cristãos que não conhecem nem grego, nem hebraico, e mesmo assim chamam a Jesus da forma bíblica "Senhor" e a Deus de "Pai", quando oram a uma das duas Pessoas da Trindade, ou simplesmente "Deus", quando falam do Pai a outras pessoas.

Por Dirson JR

Sou cristão e tenho fé na obra expiatória de Jesus na cruz e no seu sangue como único direito de nossa aceitação perante Deus. Tenho fé que a Bíblia é a Palavra de Deus e é a única autoridade escrita na qual podemos nos apoiar. Reconheço o Senhorio de Jesus o Cristo, cabeça de seu corpo, que é a Igreja (Cl 1.18) sendo ELE o centro de minha vida, e que reconheço também a direção do Espírito Santo, nosso consolador,o qual nos guia a toda a verdade (Jo 16.13). O homem sem Cristo, está em seus pecados e é por natureza inimigo de Deus (Ef2.1-3), a salvação é um ato soberano de Deus (Ef 2.8), e que o homem é salvo mediante a fé, que é dom de Deus..

Esclarecimentos: O conteúdo deste blog traz indagações de cristãos sobre ensinamentos bíblicos, o intuito é esclarece-los baseado no que a Bíblia diz, tudo o que tenho aprendido com irmãos que não contradizem a Palavra de Deus e não colocam fermento em sua interpretação. As conclusões feitas aqui podem não se aplicar a todas as pessoas e situações. Não há a intenção de sugerir qualquer ingerência de cristãos na política e na sociedade, no sentido de exigir que as pessoas sigam os preceitos bíblicos. Os possíveis conflitos de opinião nao exime o autor de defender o respeito às pessoas de diferentes crenças e estilos de vida.

Perguntas para : respostaminutosdosenhor@gmail.com

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