Vamos ver o que a Bíblia diz. Normalmente
se lê Marcos.
"(Marcos 16:15-16) "E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado".
Estamos lendo uma ordem que foi dada
aos apóstolos ainda em seu caráter de judeus pregando as boas novas do Reino e
deve ser lida no contexto de Mateus.
“(Mateus 24:14) "E este evangelho do reino será pregado no mundo inteiro, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim."
O evangelho do Reino tinha o caráter do anúncio feito por João Batista:
"Arrependei-vos que é chegado o reino de Deus" e voltará
a ser pregado após o arrebatamento da igreja, quando um remanescente judeu fiel
se converter nos sete anos que precederão a volta de Cristo para reinar.
Aos apóstolos foi dado pouco
tempo para obedecer àquele "Ide por todo o mundo",
considerando que após a morte e ressurreição de Jesus eles passaram a pregar o
evangelho da graça, cuja mensagem é: "Crê no
Senhor Jesus e serás salvo". Esse ponto é fundamental para se
evitar tantos erros que acontecem na cristandade.
O evangelho da graça, por sua
vez, não será pregado em todo o mundo como é o caso da ordem dada quanto ao
evangelho do Reino. A igreja será arrebatada antes que o mundo todo escute o
"crê no Senhor Jesus e serás salvo", ficando a cargo dos judeus
convertidos dar continuidade ao trabalho de anunciarem a Jesus a todo o mundo,
porém num caráter muito mais associado ao trabalho dos apóstolos judeus de
antes da fundação da igreja em Atos 2.
Qual é o papel da Igreja no
evangelismo? Na verdade, estamos tão acostumados a ver as denominações como
"obras evangelísticas" que nem nos damos conta de que os primeiros
cristãos, quando se reuniam como assembleia ou igreja, não se reuniam para
pregar o evangelho aos incrédulos, mas "perseveravam na doutrina dos
apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações". Outra
tradução diz: "(At 2:42)E perseveravam no ensino e comunhão dos apóstolos, no
partir do pão e nas orações".
Portanto, a atividade de pregar o
evangelho não é da assembleia ou igreja, mas do evangelista, muito embora todas
as coisas estejam conectadas. Não haveria igreja se não existissem aqueles que
saem para pregar aos incrédulos. E estes não sairiam se o próprio Jesus não
tivesse distribuído os dons visando a edificação da igreja:
“(Ef 4:11) E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo".
Primeiro vêm os apóstolos e
profetas (do Novo Testamento) que tiveram a missão de lançar os alicerces ou
fundamentos da Igreja, sendo Cristo a pedra angular. Estes já não existem em
nossos dias, pois o alicerce já foi lançado.
Para compreender esse assunto é
preciso saber a que se refere alguns dons. O dom de evangelista não é um trabalho
corporativo, ou seja, da igreja ou assembléia. O evangelismo é uma tarefa do
dom de evangelista, algo que Cristo dá a indivíduos, não a uma coletividade ou
corporação. Veja a ordem das coisas e o exercício desses dons nesta passagem:
“(At 11:19-21) "Aqueles, pois, que foram dispersos pela tribulação suscitada por causa de Estêvão, passaram até a Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus. Havia, porém, entre eles alguns cíprios e cirenenses, os quais, entrando em Antioquia, falaram também aos gregos, anunciando o Senhor Jesus. E a mão do Senhor era com eles, e grande número creu e se converteu ao Senhor".
Veja claramente o trabalho de
evangelistas, que é ir anunciar o evangelho para as pessoas se converterem ao
Senhor, não a alguma religião, denominação ou mesmo a um grupo de irmãos. A
área de atuação do evangelista é o mundo, não os irmãos em Cristo.
“(At 11:22-24) "Chegou a notícia destas coisas aos ouvidos da igreja em Jerusalém; e enviaram Barnabé a Antioquia; o qual, quando chegou e viu a graça de Deus, se alegrou, e exortava a todos a perseverarem no Senhor com firmeza de coração; porque era homem de bem, e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor".
Veja agora o trabalho de pastor.
Cabe a ele cuidar e pastorear as ovelhas, alimentá-las de leite, exortá-las a
perseverar no Senhor, ajudá-las a se unirem ao Senhor. O pastor ajuda a manter
as ovelhas juntas em torno de Cristo, o supremo Pastor.
“(At 11:25-26) "Partiu, pois, Barnabé para Tarso, em busca de Saulo; e tendo-o achado, o levou para Antioquia. E durante um ano inteiro reuniram-se naquela igreja e instruíram muita gente; e em Antioquia os discípulos pela primeira vez foram chamados cristãos".
Vem agora o trabalho do mestre ou
doutor, exercido aqui por Paulo, que é o de ensinar e edificar os irmãos.
Barnabé reconhece a limitação de seu dom (pastor) e sai em busca da ajuda de
outro dom (Paulo, mestre ou doutor), embora o plural indique que Barnabé também
participa do ensino naquela assembléia.
Não é demais esclarecer que o pastor
aqui não se trata de cargo ou profissão que a cristandade inventou com esse
nome, geralmente um homem colocado à frente de uma congregação para pregar o
evangelho, pastorear e cuidar das ovelhas, e ensinar doutrina, como se tivesse
ele próprio todos os dons de evangelista, pastor e mestre. Aquele que, pior
ainda, fez alguma faculdade de teologia e foi intitulado por outros como
pastor.
É dessa forma que as coisas devem
funcionar. Aqueles que pregam o evangelho saem pregando sem consultarem ou
serem enviados por alguma junta de homens, organização ou 'igreja'. Não
quer dizer que não possam receber o apoio, encorajamento e até auxílio material
dos irmãos, mas é do próprio Senhor, que lhes deu o dom de evangelista, que
recebem sua comissão. Na volta eles trazem as alegres novas dos que se converteram
e que agora serão congregados pelo Espírito ao nome de Jesus.
"Um evangelista é servo de Cristo, não da assembléia; mas onde quer que ele esteja, ele pertence à igreja. Se não existir uma assembléia reunida onde ele está, então ele está ali só, mas se existir uma assembléia ele faz parte dela. E a primeira coisa que ele deve considerar é estar congregado para Cristo.”
Dentro das denominações a obra do
evangelho é vista como uma atividade da 'igreja' como um todo, não
apenas do evangelista, e daí a confusão. Então surgem aqueles apelos de que a
igreja precisa ganhar almas para Cristo, no qual está subentendido que não é
apenas um trabalho da denominação, como também tem o objetivo de angariar mais
membros para a denominação. Ai vemos o absurdo das pessoas se considerarem
membros de uma 'igreja', quando na verdade são apenas membros do corpo de
Cristo, vemos também pastores cobrarem compromissos com essa 'igreja' a qual
seriam membros, isso não tem nada de evangelismo, nem de bíblico.
Na verdade, a grande maioria dos
chamados 'cultos' cristãos são na realidade pregações do evangelho.
Dia após dia os que frequentam aquela 'igreja' são convidados a virem
à frente aceitar a Cristo. Depois são enviados relatórios à sede dando conta de
quantos novos 'membros' foram acrescentados.
Os cristãos se congregam para
Cristo, não para os incrédulos. A atividade normal da assembléia é a adoração
na ceia do Senhor, a oração e a ocupação com a doutrina dos apóstolos, conforme
vimos em Atos 2.
A pregação do evangelho não é o
anúncio de um lugar para as pessoas se reunirem; não é uma pregação de uma
comunidade de irmãos, ou de um grupo no qual elas se sentirão incluídas. Pregar
o evangelho é anunciar a Cristo e Sua obra na cruz. Não é anunciar a cura do
corpo ou a libertação das dívidas, mas é mostrar o poder do sangue derramado na
cruz para nos purificar de todos os nossos pecados. Um evangelho sem sangue não
é o puro evangelho da graça de Deus, pois "sem derramamento de sangue não
há remissão" Hb 9:22. No momento em que uma pessoa crê no Salvador ela já
passa a fazer parte do Corpo de Cristo que é a igreja, independente se irá se
congregar ou não em algum lugar.
Ela não precisará ser batizada
por um determinado grupo para fazer parte do corpo de Cristo, nem precisará
começar a se congregar ou a participar da ceia do Senhor para ser um membro do
corpo. É por ser membro do corpo de Cristo que ela pode desfrutar desse
privilégio, cada pessoa salva por Cristo é acrescentada por Ele à Igreja, que é
o Seu corpo, não por um 'pastor', um ritual ou uma carterinha de
membro. E ela não é acrescentada a 'uma igreja' ou à 'igreja do
pastor fulano', mas à
“(At 20:28) "igreja de Deus, que ele adquiriu com seu próprio sangue"
“(Atos 2:47)"E cada dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos", ou em outra tradução, "e todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar".
Sou cristão e tenho fé na obra expiatória de Jesus na cruz e no seu sangue como único direito de nossa aceitação perante Deus. Tenho fé que a Bíblia é a Palavra de Deus e é a única autoridade escrita na qual podemos nos apoiar. Reconheço o Senhorio de Jesus o Cristo, cabeça de seu corpo, que é a Igreja (Cl 1.18) sendo ELE o centro de minha vida, e que reconheço também a direção do Espírito Santo, nosso consolador,o qual nos guia a toda a verdade (Jo 16.13). O homem sem Cristo, está em seus pecados e é por natureza inimigo de Deus (Ef2.1-3), a salvação é um ato soberano de Deus (Ef 2.8), e que o homem é salvo mediante a fé, que é dom de Deus..
Esclarecimentos: O conteúdo deste blog traz indagações de cristãos sobre ensinamentos bíblicos, o intuito é esclarece-los baseado no que a Bíblia diz, tudo o que tenho aprendido com irmãos que não contradizem a Palavra de Deus e não colocam fermento em sua interpretação. As conclusões feitas aqui podem não se aplicar a todas as pessoas e situações. Não há a intenção de sugerir qualquer ingerência de cristãos na política e na sociedade, no sentido de exigir que as pessoas sigam os preceitos bíblicos. Os possíveis conflitos de opinião nao exime o autor de defender o respeito às pessoas de diferentes crenças e estilos de vida.
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